O caminho para competitividade


O caminho para competitividade

O que a indústria de vestuário paulista precisa fazer para atingir a competitividade


 A indústria de vestuário paulista precisa passar por um complexo processo de profissionalização para se tornar mais competitiva em relação à indústria de vestuário de outros locais – já, há algum tempo, profissionalizadas. Observa-se, que, mesmo com toda a visibilidade que a indústria de vestuário tem adquirido, este segmento continua a utiliza-se do conhecimento empírico – muito mais do que o cientifico –, o que, no longo prazo, torna-se insustentável.
Para reverter este quadro é preciso que sejam aplicadas uma série de melhorias – a curto e longo prazos. A profissionalização, a transformação num negócio menos intuitivo e mais profissionalizado, é uma mudança que só ocorrerá através de estratégias de médio e longo prazo; a indústria de vestuário já não pode “se dar ao luxo” de ser imediatista. A sustentabilidade – não apenas ligada ao meio ambiente, mas também à aspectos econômicos e sociais – pode garantir a perenidade da indústria, desde que todos os aspectos do tripé da sustentabilidade estejam em equilíbrio.
A retenção e desenvolvimento de talentos, através do investimento em treinamento e desenvolvimento dos colaboradores, desde o setor de estilo até a produção também podem garantir a perenidade da indústria, vez que podem-se estabelecer praticas como o job rotation, onde mais de uma pessoa conhece cada atividade. Burocratizar a indústria de vestuário, com o intuito de organizar os processos de forma sistêmica, tornar as informações de fácil acesso e compreensão, tornar os processos organizacionais menos errôneos e evitar retrabalhos.
Automatização de processos, utilizando a tecnologia a favor da indústria: porque não usar um sistema integrado, a fim de agilizar e tornar os processos mais simplificados e evitar retrabalhos? Porque não manter uma comunicação mais eficaz?. Integração entre os setores, extremamente necessária para que a indústria alcance todo o potencial, pode ser estimulada através de treinamentos em que áreas diferentes tenham de interagir, projetos empresariais em que áreas tenham que trabalhar juntas para propor melhorias, entre outras formas que estimulem a integração entre os setores da indústria e o trabalho em grupo. Visão sistêmica, que deve partir, em especial dos níveis mais altos da hierarquia, é uma visão “global” do negócio e do mercado, que deve considerá-lo como em constante mudança, e não que, por vender um produto bom, não tem concorrentes, ou que é muito superior: é preciso conhecer e superar a concorrência, através de inovação constante.
A indústria de vestuário é muito glamourizada, mas, ao gerir um negócio neste segmento é preciso ter os “pés no chão” e pensar de forma estratégica. É preciso avaliar riscos e oportunidades de forma realista, além de planejar para que as mudanças aconteçam de forma estruturada e não por impulso.
Em suma, pode-se concluir que o caminho até a competitividade é longo, até por envolver uma série de mudanças estruturais, para que a indústria se torne mais profissional e concorra, de forma igualitária, com a indústria de vestuário de outras regiões, já há muito, profissionalizadas.

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