Como construir um futuro sustentável?


Como construir um futuro sustentável?
As notícias diárias nos mostram a falência de muitos setores de nossa sociedade. O mundo em rede exige uma proposta adequada aos novos tempos, grande desafio para o Brasil. A vivência dos valores universais positivos deve ser o eixo central para a construção do Futuro sustentável


Acordamos todos os dias com notícias nada agradáveis. Percebemos sinais de que nossa sociedade está insatisfeita, protestos populares de várias naturezas, crises por todos os lados e o que acho mais grave: perda de valores sociais e individuais.
As notícias mostram a falência do sistema prisional, em destaque no Maranhão, com decapitação de presos, mostrando para toda a sociedade, como uma fratura exposta, a desmoralização do poder local, nas mãos da família Sarney, por mais de quarenta anos. É um retrato do que acontece a nível nacional. O aumento da violência em todo o Brasil é outra faceta da perda de valores.
O que causa tudo isso, e também a corrupção e todos seus males é a desigualdade social encravada na nossa cultura. Em todos os níveis, há sempre aquele que se acha superior. Esse fato impede a vivência dos valores como respeito, tolerância, cordialidade, amizade, gentileza, delicadeza, compaixão, dentre outros e a convivência harmônica entre as pessoas, os grupos.
Há uma busca exacerbada pela satisfação pessoal que, por falta de vivência dos valores universais positivos, não se respeita mais nada. Vemos, desde a depredação de um cemitério, frequentes ataques homofóbicos, desrespeitos a idosos, assassinatos por motivos fúteis, pichações de monumentos, tiroteios dentro de escolas, brigas em famílias, religiosos praticando pedofilia e por aí vai.
Estamos num mundo em rede. Essa nova realidade de mundo exige novos projetos políticos, com visões capazes de dar respostas aos novos anseios da sociedade. No momento, não percebemos ainda um caminho claro a seguir. Há pontos específicos de reivindicações como melhores serviços públicos, melhor educação, etc. sem, porém, uma proposta mais ampla que contemple o conjunto da sociedade.
Fala-se em reforma política, que reforma? Para quê? Reforma econômica, como? É possível uma melhor distribuição de rendas? Como? Como diminuir a corrupção? Como minimizar a violência? Muitas outras perguntas ficam sem respostas.
A desigualdade social impele as pessoas a “puxarem a sardinha para seu prato” impedindo que qualquer tentativa de mudança aconteça. Protela-se tudo, burocratiza-se ao extremo, emperra toda possibilidade de avanços, por uma desconfiança que permeia todo processo de relações inter grupos e entre pessoas.
Uma proposta política adequada ao mundo em rede em que estamos, além de uma questão urgente, é o maior desafio para o Brasil nesse momento. O potencial do Brasil é reconhecido internacionalmente. Seu Futuro Sustentável, a meu ver, não será construído sem antes despertar o cérebro ético da nação.
Simplesmente não há como construir uma sociedade com um futuro sustentável se não estiver embasada na vivência dos valores universais positivos. Os valores se constituem numa linguagem universal, compreendida por todos. É a argamassa necessária para consolidar uma ligação autêntica entre as várias camadas e grupos que formam uma sociedade. Só a vivência dos valores é capaz de desfazer as desigualdades e de promover a desburocratização, acabar com a desconfiança que impedem os avanços exigidos por um mundo globalizado em pleno movimento.
As políticas públicas que não contemplarem formas concretas para despertar do cérebro ético, para construir da inteligência ética, serão inúteis. É preciso construir a Educação Sustentável que assegura a vivência desses valores. Uma sociedade sem valores não se sustenta. Hoje percebemos isso, pelas notícias, pelos fatos que ocorrem em plena luz, diante de nossos olhos.
Se as pesquisas ainda percebem otimismo em nosso meio, é porque existem aqueles que, além de vivenciarem esses valores, acreditam neles como o caminho para o Futuro Sustentável.

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