A ciência das grandes ideias , PARTE 2


A ciência das grandes ideias


Produzir novas ideias é um processo

A produção de ideias é um processo tão definido como a produção dos Fords – James Webb Young
Em seu livro “Técnica para produzir ideias” (A Technique for Producing Ideas), James Webb aponta que, enquanto o processo para produção de novas ideias é simples o suficiente para ser explicado, “ele, na verdade, requer o tipo mais pesado dos trabalhos intelectuais”.
Ele também explica que trabalhar para encontrar lugares onde as ideias surgem não é a solução para ter mais ideias. Precisamos treinar a mente para produzir novas ideias naturalmente.

Os dois princípios gerais

James descreve dois princípios da produção de ideias que me agradam bastante:
- Uma ideia é nada mais, nada menos do que uma nova combinação de elementos antigos.
- A capacidade de trazer elementos antigos para novas combinações depende amplamente da habilidade de ver/perceber relações.
O segundo é muito importante para produzir ideias novas, mas é algo em que nosso cérebro precisa ser treinado. Para determinadas mentes, cada fato é pouco separado do conhecimento. Para outras, é um elo da cadeia de conhecimento.
Para ajudar nosso cérebro a nos entregar boas ideias, precisamos primeiramente de uma preparação. Vamos dar uma olhada no que é preciso para preparar os cérebros para a criação de ideias.

Prepare-se para ter novas ideias

Como ideias são feitas da percepção de relações entre elementos existentes, precisamos coletar um inventário mental desses elementos antes que comecemos a conectá-los. James também observa em seu livro como, na maioria das vezes, abordamos esse processo incorretamente.
Em vez de trabalharmos sistematicamente para coletarmos matéria-prima, sentamos à espera. Preparar o cérebro para o processo de fazer novas conexões leva tempo e esforço. Precisamos adquirir o hábito de coletar as informações que nos cercam para que nossos cérebros tenham com que trabalhar. 

Juntar tudo

O trabalho duro está principalmente na coleta de material que o cérebro precisa para formar novas conexões. Contudo, também há muito que você pode fazer para ajudar seu cérebro a processar toda essa informação.
O neurocientista Mark Beeman explica como chegamos àquele momento final “Aha!” na produção de uma ideia por meio de outras atividades:
“Uma série de estudos tem usado eletroencefalografia (EEG) e ressonância magnética funcional (fMRI) a fim de estudar as correlações neurais dos “momentos Aha!” e seus antecedentes. Embora a experiência de um insight seja repentina e possa parecer desconectada do pensamento imediato anterior, esses estudos comprovam que o insight é o resultado de inúmeros processos e estados cerebrais operando em diferentes escalas de tempo.”
Gosto bastante do modo como John Cleese fala sobre esses aspectos da criatividade e de como nossas mentes trabalham. Ele realizou uma palestra excelente anos atrás sobre como os cérebros desenvolvem ideias e resolvem problemas criativos, onde discutiu a ideia de nossos cérebros serem como tartarugas:
“A criatividade age como uma tartaruga, empurrando a cabeça para fora, nervosa, para ver se o ambiente está seguro antes de emergir completamente. Portanto, você precisa criar uma clausura como uma tartaruga – um oásis na loucura da vida moderna – para ser um porto seguro onde sua criatividade pode emergir.”

Outro assunto que John Cleese aborda é sobre como pode ser benéfico “dormir no problema”. Ele se lembra de observar uma mudança dramática em sua abordagem de um problema criativo após deixá-lo em paz. John não apenas acordou com uma ideia perfeitamente clara de como continuar seu trabalho, como também o problema em si não era mais percebido. O truque aqui é confiar o suficiente para esquecer.
Quando empenhamos nossa mente consciente em outras atividades, como dormir ou tomar banho, nosso subconsciente pode trabalhar em achar relações em todas as informações que coletamos até o momento.

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